18 de abr. de 2009

Bilhetinho...

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Quando comecei esse bloguinho, desejei compartilhar com você os poemas que aprendi quando era pequena e que até hoje adoçam a minha memória.
Fiquei muito feliz com todas as vezes que você visitou esse blog. Receber a sua amizade e o seu carinho foi um precioso presente.
Hoje eu gostaria de comentar uma novidade: vou levar os poemas desse blog para o O FANTÁSTICO MUNDO DAS PALAVRAS. Acho que será uma boa mudança, você vai continuar conhecendo os poemas que fizeram parte da minha infância e um montão de outros poemas muito especiais.
Vamos combinar essa modificação? Sempre que você pensar nesse blog, visite também o FANTÁSTICO MUNDO DAS PALAVRAS, estarei esperando por você de braços abertos
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Um caminhão carregadinho de abraços e beijinhos !
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Com carinho e afeto,
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Leonor Cordeiro
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Ilustração de Alice Prina

14 de fev. de 2009

O livro e a América


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Oh! Bendito o que semeia

Livros ... livros à mão cheia ...

E manda o povo pensar!

O livro caindo n'alma

É gérmen – que faz a palma,

É chuva – que faz o mar.
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Castro Alves

(Do poema: O livro e a América)

6 de fev. de 2009

MINHA TERRA

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Pintura de Tarsila do Amaral
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Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá.
G. DIAS.
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Todos cantam sua terra,
Também vou cantar a minha,
Nas débeis cordas da lira
Hei de fazê-la rainha;
— Hei de dar-lhe a realeza
Nesse trono de beleza
Em que a mão da natureza
Esmerou-se em quanto tinha.
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Correi pr'as bandas do sul:
Debaixo dum céu de anil
Encontrareis o gigante
Santa Cruz, hoje Brasil;
— É uma terra de amores
Alcatifada de flores,
Onde a brisa fala amores
Nas belas tardes de abril.
(...)
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É um país majestoso
Essa terra de Tupá,
Desd'o Amazonas ao Prata,
Do Rio Grande ao Pará!
— Tem serranias gigantes
E tem bosques verdejantes
Que repetem incessantes
Os cantos do sabiá.
(...)
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Quando Dirceu e Marília
Em terníssimos enleios
Se beijavam com ternura
Em celestes devaneios;
Da selva o vate inspirado,
O sabiá namorado,
Na laranjeira pousado
Soltava ternos gorjeios.
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Foi ali, foi no Ipiranga,
Que com toda a majestade
Rompeu de lábios augustos
O brado da liberdade;
Aquela voz soberana
Voou na plaga indiana
Desde o palácio à choupana,
Desde a floresta à cidade!
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Um povo ergueu-se cantando
— Mancebos e anciãos —
E, filhos da mesma terra,
Alegres deram-se as mãos;
Foi belo ver esse povo
Em suas glórias tão novo,
Bradando cheio de fogo:
— Portugal! somos irmãos!
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Quando nasci, esse brado
Já não soava na serra
Nem os ecos da montanha
Ao longe diziam — guerra!
Mas não sei o que sentia
Quando, a sós, eu repetia
Cheio de nobre ousadia
O nome da minha terra!
(...)
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Casimiro de Abreu
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